NÃO DEIXE A POESIA MORRER
Você me dá vida, me dá formas,
Me repleta de amor,
Às vezes de dor;
E descarrega toda a força da revolta,
Você me capricha, me retoca,
Me ilustra, me desloca,
Você me tem todos os dias...
Me possui como bem quer;
Com rimas, sem rimas,
Com métricas, sem métricas,
Com ou sem técnicas,
Em fim; com regras ou não.
Mas, tudo isso não tem tanta importância assim,
O que me importa é a essência da posse;
... O seu coração!
E eu quero ser dominada,
Eu quero ser vasculhada,
De fora pra dentro, de dentro pra fora,
De baixo pra cima, de cima pra baixo,
Num rasgo total...
Eu quero ser sua por inteira,
E serei sua a cada dia,
Basta que você me queira.
Apenas faço uma exigência:
- a fidelidade absoluta.
Dela, eu não posso abrir mão.
Nunca me deixes...!
Não me troques pela falta de inspiração;
Isso não!
Isso é traição;
E trair-me, é matar-me aos poucos;
E eu quero viver...
E então poeta...?
Então, me ame, me tome,
Desfrute de tudo o que eu possa te oferecer,
Tão somente, não me abandones,
eu preciso viver...
Caminhemos juntos nessa longa estrada...
Poeta e poesia,
Poesia e poeta,
Façamos das curvas sinuosas,
uma linha sempre reta,
Mas não me deixes jamais poeta;
Não deixe a sua poesia morrer.
... Depois que a poesia morrer, poeta, pra que...?