TANTO APRENDI...

 
 
Qualquer dia, toda hora,
Aprendi a caminhar.
Pés cansados na areia
Palmilho cada pedaço...
Alumia a lua cheia.
O sol vence o meu cansaço.
Quero alcançar a estrela
Que me deixou extasiada...
Quero voar pelos campos
Ao som do vento assombrado.
Quero o beijo do infinito
Que a minha voz furtou
Quero encontrar outro grito
Pois este silenciou!
Aprendi – não o bastante
Para voar solitária
Como o vento itinerante
Nas folhas de araucária.
 
Aprendi de cada passo
A me ver um pouco em mim.
Contudo, sem teu abraço
Sou asa quebrada sim!
 

(Milla Pereira)

 

 
Para Deley e seu espetacular poema
“TANTAS COISAS”