Oceano
Não chores alma tristonha
Esqueça o mal que te ronda
Abra os olhos para a vida
Procure a estrada florida
Abra as janelas para o sol
Encontre-se na paisagem
O pranto que te assola
Num instante vai embora
Esqueça a angústia dorida
De percorrrer esta lida
Entre os abraços ausentes
E desencantos de partidas
Desconstrua o passado
Apague sem medo o ontem
Pense que a vida é presente
Não pranteie pelo ausente
Se hoje despertas na dor
De viver sem ter o amor
Acredite nas mudanças
Não perca a esperança
O ácido da incompreensão
Do interesse deslavado
Faz nascer a decepção
Supere o amor rejeitado
Nas lágrimas compulsórias
Despache a alegria ilusória
Deixe nascer novos planos
Sem medo busque o oceano!
(Ana Stoppa)