Apesar do aperto no peito.
E da falta de sorte ter ignorado o amuleto.
Apesar do sopro gelado na nuca.
Do café sem açúcar.
Do jarro quebrado e do perfume exalado.          
 
Apesar das piores mentiras.
E de toda a minha ira.
Deu ter tomado a condução errada.
Mesmo tendo chegado na hora marcada.
 
Apesar de não ter a espada de São Jorge.
E de caçador só restar o alforje.
Apesar da chuva forte lá fora.
Do calor absurdo que demora.
 
Apesar...
 
Do nó na garganta.
Do silêncio imposto.
Da esquina escura.
E da cama dura.
Das perguntas sem respostas.
Das flores murchas.
 
Apesar do dia ter acabado...
E consigo ter levado o sol das tardes de domingo.
Apesar da tristeza do menino.
Da água morna.
 
Apesar do soco no estômago.
E do ar ter faltado em meio ao engano.
Eu lembrei do frio que faz no inverno.
E justificava todo o meu inferno, aquele...
 
E apesar de não existir nós dois e nem depois...
 
... EU AMEI DE VERDADE!
 
 
Mas, a rima acabou... E só eu não vi.
 
 


Imagem/Fonte: cristaonarede.com.br
 
Toni DeSouza
Enviado por Toni DeSouza em 07/03/2012
Reeditado em 15/11/2017
Código do texto: T3541179
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