SONHOS PERDIDOS

Ah! Esta vida me cansa

Pois de tanto amor vivi

Que até perdi a esperança

Que, ao rogo, por tí ofereci.

Sonhar iludido não há mais valor

Chorar como? Se as lágrimas secam

Sob os pálidos olhares que velam

Pelo teu curto e inexistente amor.

Teu amor, oh! Cousa mais divina

Que meu coração saliente palpita

Como um foco da luz vespertina

Ou do cantar sonoro da ave bendita.

Ser iludido eu não quisera

Mas queria possuir este seu cantar

Para poder mais te amar

Com tanto amor que tu não esperas.

Mas o que me cansa na vida

É olha-la sem poder possui-la ou tê-la

Pois tu estás por aí escondida

Entre mil astros, mil estrelas...

Sonhar iludido, oh! Que triste ventura...

Sou um aventureiro atrás do seu amor

Que continua rígida na minha dor

Que pelo resto da vida perduras.

Sua boca – cálice de mortífero veneno

Possuidoras de uns lábios encantadores

Dentre as mil outras, o mais ameno.

Que sorvi sem lamentos ou dores.

Sonhar iludido, oh! - que triste ilusão

Ser livre eu quisera, mas, não consegui.

Não sei quantos caminhos na vida segui

Para abandonares este meu coração...

Seu coração – é como se fosse uma pedra

Que pela luta sempre vence a batalha

Que seus títulos sempre sobre mim se desmedra

No silente reino de sua mortualha.

Morrer?! – oh! Que desgraça!...Que penso!...

Suplicar a Deus não mais nego

Pois estou a agüentar a cruz que carrego

Por este infinito mundo, este espaço intenso.

Mas se tu queres o silêncio meu

Dar-te-ei mesmo entre lágrimas

Dizer-te-ei que a amo e rogo a Deus

Que guarde, em cada verso meu, as rimas.

Que faço para tu voltares com estesia

De querer sonhar a estiada cheia de esplim

Então eu peço: não esqueças de sonhar por mim

O que na vida, sonhei, por você, todo o dia...