Mãos de apoio
Se tu te escondes da verdade,
Por excelso refúgio ao próprio medo,
Buscai então esconderijo perfeito,
Onde o galo não canta e as flores não brotam.
Recolha-te no vale dos amargurados e foge das lembranças
Melhor se acovardar no conforto pacífico
A enfrentar monstros pretéritos
Insano sofrimento que fere o corpo e escraviza a alma;
Aflição, miséria e desengano não expiam pecados
Toda cura advêm do tratamento
E toda vitória nasce da luta.
Receba então o remédio do apoio;
Mão amiga que te possa dar
Ouvidos para ouvir e ombro pra te escorar
Mas, se ainda assim continuares distante
De asas sangrentas tu me veras voar.