A Esperança

"Oh! Tempo! Oh! Sol! Oh! Lua!"

Enquanto o Tempo passa... Os dias correm

Pelos Caminhos incertos da Vida.

Passos, d'aquele incansável, transcorrem

Um d'outro, qual Vagas endoudecidas.

Porém, o Tempo assíduo não se cansa

De dar seus Passos, Ventos da Esperança,

Dos Rumos entre os Pés em desventura.

O Tempo luta, tenta, busca, persiste...

E sofre, cresce, insiste, não desiste...

Não se entrega, pela Força, à brandura!

Enquanto o Tempo passa... Vão-se as horas

Perdendo-se na Imensidão do Espaço.

O Tempo, tecendo Canções canoras,

Entrelaça, entre os dedos, Cordões d'Aço.

E, urdindo entre as Mãos, os Fios metálicos,

O Tempo vai, por Fazeres tantálicos,

Encurtando a Vida, p'ra engrandecê-la...

O Suor, que seu Rosto vai queimando...

O seu mádido furor, vai cortando...

Oh! Tempo! Escreves sonhos em Estrela!

Enquanto o Tempo passa... O Sol já brilha

E ilumina toda a Terra azulada.

Mesmo em tão recôndita e remota Ilha

A Luz do Sol se mostra desejada.

Passando o rúbido e cérele Ocaso,

Revejo o que não vejo, por Acaso,

E se pensa que o Sol não mais retorna.

Passa-se a Noite, na nefanda espera

De o Sol voltar... E qual faminta fera,

Arder no Céu que ele, tão Belo, adorna!

Oh! Sol! D'onde vem este Sentimento

Que te leva p'ra escuridão e, após,

Traz-te de volta ao tenaz Firmamento?

Será que é força? Ou teu somente algoz?

Como, Sol? Como, Sol? Como Tu vais

E, ao pensar que não te verei mais,

Enfrentas das trevas o seu Clarão?

Vais, por teus plúmbeos rumos, esparzendo

Faíscas de fogo que, arrefecendo,

Ditam o pulsar do teu coração!

Enquanto o Tempo passa... Vem a Luma

Dissipar as trevas da Aura noturna.

Em suntuosa Forma, como Pluma,

Dispersa... Ofusca a negridão soturna!

Oh! Lua! Filha soberba do Sol!

Oh! Lua! Farol atro! Atro Farol!

És a Luz que surge entre as sombras calmas!

És tão formosa, como o Céu em Sina!

Perco-me em tua Luz, como em Neblina...

Purgas, oh emulgente Ser, minh'Alma!

E, enobrecendo o Tempo, O Sol e a Lua,

Digo aqui, sem medo, como um pressago,

Que Esperança brota da mente tua...

E descende de tão súpito Afago!

Deve-se soltar as asas dos Sonhos,

Porém, deve-se evitar voos medonhos,

P'ra não perdê-los... Perdê-los da vista!

Quando n'Alma, brotar o desalento...

Lembra-te, luta, tenha ao pensamento...

O Tempo, o Sol, a Lua... das Conquistas!

*Decassílabos em Esperança

*Esquema rimático: ABABCCDEED

24/02/12

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 24/02/2012
Reeditado em 15/07/2012
Código do texto: T3517633
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