POESIA À DERIVA
GILBERTO BRAZ ALMEIDA
I
Há um poeta anônimo
esquecido no oceano
das palavras...
Há uma poesia à deriva
num barquinho de papel
procurando uma alma mecena...
II
Sou como se fosse um poeta noctívago
de poemas fragmentados e adormecidos...
Mas quando os mecenas acordarem,
as flores de plásticos murcharem,
quem sabe ainda serei lido?...
III
Sinto-me como se fosse
um poeta prepotente...
Faço de minha poesia um grito
que quase ninguém ouve.
Se os mecenas estão mortos...
Então, hei de gritar, gritar, gritar
até o meu último verso!...