Última Tábua
( As noites jamais serão capazes de
impedir o surgir de um novo dia).
(Ana Stoppa)
Náufrago do amor perdido
Distante do porto da paz
Prova a dor desesperado
Esvazia o amor sonhado
Agarrado na esperança
Procura o fim das mágoas
No porto da última tábua
Sob o luto das lembranças
Emaranhado de lágrimas
Abafado no riso plástico
Desespero velado se faz
Vida etérea que se desfaz
Busca assim nesta agonia
Um amor que valha a pena
Epílogo do tristonho dilema
Em busca de mil teoremas
Imprescindível esperança
Veste o existir compulsório
No vale eterno de mágoas
Náufrago em busca da tábua
Entre o pranto e a nostalgia
Solidão que trama a agonia
Bebe o fel de muitas mágoas
Agarrado à última das tábuas.
(Ana Stoppa)