LEVANTAR PARA VIVER,
Despertai, ó, prudência benigna,
abra teus olhos de plana justiça,
combateis a loucura severa e malina
consumidora dos sonhos e cantos da vida.
Arrancai os grilhões das mãos prendidas,
derrocai o chicote que ao couro castiga,
libertai toda mente das ocas intrigas
das entranhas das almas falidas.
Devolvei ao ser a liberdade perdida,
mostrai a beleza dantes esquecida,
àqueles com rancor que o coração trazia,
por não ter mais esperança ou não a via.
Por tudo quanto a felicidade querida,
dentro do peito como morta jazia,
mesmo no corpo com ações já tolidas,
teve alcançe, enfim, a salvação pretendida.