Não Agora
Ainda não será
desta vez.
Preciso dizer-lhe dos meus
amores reclusos
e dos meus poemas
inconclusos.
Falta-me ainda,
organizar minha escrita
e conhecer a Alma
que me agita.
Ainda preciso ver o
filho que fiz,
navegar os Oceanos
dos seus planos.
Quero, antes, revisitar
as mulheres que amei,
as utopias que sonhei
e as ruas que andei.
Que a Parca
exercite a paciência.
Que Caronte repouse
seu funesto barco.
Recuso-me a morrer agora.
Não antes da próxima Aurora.
Só depois de satisfeitos
os meus desejos
é que colocarei um
ponto final em minha sentença.
Só, então, deixarei de
ser uma presença.