Gotas inclinadas



Não. Não chore amor por uma noite desprezada,
Alcançada pelos invernos das ilusões ignoradas,
Talvez, banhadas na solidão negra e não lembrada.
Tão calada na travessia do desafeto, eu vou cobrir,
O céu nebuloso da bissetriz enganosa dos ventos,
Ceifando com as mãos as duras agonias de amar,
E não cantar no tino dos pássaros a aprendizagem
Que um dia não soubera tanto acariciar o tálamo,
Arrastada na prontidão da cancha não saber velejar,
Não lagrimas estas gotas na planetária dos sonhos,
Rebobinas com a única luz do meu peito que tens,
Assim, como eu rebobinarei as dunas dos teus seios,
Ardentes, eriçados como o sol que arde no meio,
Vem, abasteças com o bálsamo da minha vida,
E venhas singrar todas as alegrias com energia,
É tudo, tudo o que eu aprovisiono em demasia.




ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 05/02/2012
Código do texto: T3481065
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