Novo Caminhar
Dispo-me da vida e a morte me enclausura
Num ataúde preto onde choro meus amores
Regado a lágrimas e ao aroma das flores,
Temperado à hipocrisia e a sincera candura.
Meu corpo será deixado em deserta sepultura,
Mas a essência do pensamento tem o destino dos astros,
Da existência física nem triste nem alegre me afasto,
Pois envolvo-me no aprendizado que a vida me imputa.
O tempo é uma incógnita que nas horas mortas passa,
Do mundo cobarde levo incertezas devassas
Que imprimem em mim circunstâncias de desalento...
No oásis do pensamento emolduro o futuro
E me protejo de espessos roseirais por onde perambulo
Para não sucumbir diante das artimanhas do sofrimento!