UM POEMA... UMA VIDA...
UM POEMA... UMA VIDA...
(de: Luciane A. Vieira – 21:42h – 02/04/2010)
Meu poema não nasceu da tortura de um desesperançado...
E nem mesmo dos lábios frios de alguém que se perdeu nos desvãos
De uma vida sofrida... carente.... injusta... mesquinha...
Meus versos, tão maltrapilhos e incoerentes nasceram, sim,
Do tonel, em desuso, de um sonho dolorido... e impreciso...
Instável... Intragável...
Profano...
Corrompido...
De desejos insanos e dementes... corrosivos e corroídos...
De um vinho não convertido em sangue... mas
Sob o trago da esperança tardia e imprevidente,
Semeados nos passos de seres humanos caquéticos e
Improducentes...
Improcedentes...
Minha fala inconsistente vem de um sonho a se esvair
Em loucas, tresloucadas e tortuosas lembranças
Descabidas e desvalidas em simbiose estranha
Sob o véu incerto do pressentimento...
Do tempo...
Da distância...
Do vazio...
Vejo hoje, inconseqüente diante de meus olhos,
O soluçar plangente, e de tal furor insano,
Selando frio conceito de solitude em meu ser distraído...
E tal rasgo de imensidão é
Eivado em tão sofridas e descabidas palavras
Que a solidão se joga, precípite,
Insaciável... Atrapalhada e insegura
Resvalando em um triste soluçar...
sem nexo... e sem conversão...
(será maldição?...) a se prender ao descaso da flor...
Estranha sina essa a fluir nos ardentes palcos de um
Sonho teimando em se fazer semear
Vida...