SENTIMENTOS EM DERIVA

Estou num bote em deriva, sinto a brisa,

Que abriga, vem à onda meu coração bate forte,

Vou seguindo no meu bote, em busca de sorte,

Quero ser resgatada por navio, que arrepio,

Olho em busca do horizonte sumido,

Na minha frente só o infinito azul cintilante,

Visão turva, medo do firmamento,

Então vem um pensamento da esperança,

Lembro-me de quando criança tinha medo do escuro.

Hoje na minha deriva emocional, quero um porto,

Em que possa ancorar meus sentimentos,

Em forma de avalanche e que mesmo de relance,

Vislumbre, o encantamento que possa acentuar,

E estabilizar todo o tormento de forma gradual.

Este turbilhão de emoção invade meu coração,

Teimoso, insiste em sofrer, diz que quer aprender,

Pois não ver razão numa vida sem emoção,

Seria então vazio de fantasia, viver alienado,

Sem poder amar e ser amado, triste fardo.

Hoje vou mergulhar de uma forma que nunca fiz,

De cabeça e tudo, prendo a respiração,

Fecho os olhos e imagino banhar-me

Em aguas cristalinas, mergulho e vejo,

As Conchinhas, as algas marinhas,

Os peixes coloridos como uma aquarela,

Estão brincando, não há sequelas,

Volto à superfície e caminho na planície,

Neste meu devaneio não tenho receio.

Ancorei o meu bote, achei o meu suporte,

Vou seguir viagem no meu planador,

Voar bem alto e apreciar, a brisa eu vou.

Descobrir que sentimentos viajam dentro da gente,

Tempestades vão surgir, desbravamento, amadurecimento,

Agora preciso estar pronta e seguir, seguir a minha rota de:

Intuição, voz da emoção, grito calado sufocado,

Foi castrado, sem oportunidade, luta, sem culpa,

Vou cavar buraco com a mão, buscar o que preciso for,

Não desisto, insisto, quero apenas dormir sonhar,

Acordar, pronta para começar se preciso for e amar.

Marta Cavalcante Paes
Enviado por Marta Cavalcante Paes em 08/01/2012
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