Portas e lágrimas
Portas e Lágrimas
A porta bateu.
E eu chorei, mas não foi o vento que fez a porta bater.
Eu cai.
E eu chorei, mas não foi o buraco no chão que me fez cair.
Meu corpo doeu.
E eu chorei, mas não foi a dor que fez meu corpo doer.
Eu morri.
Não chorei, mas não foi a morte que segurou o meu choro.
O que fez a porta bater?
O que será que me fez cair?
Foi vento não, foi o perecer.
Foi buraco não, foi o iludir.
O que fez meu corpo doer?
Por que será que morri?
Foi dor não, foi o frustrar
Foi morte não, foi o desistir.
E a lágrima que rolou? outras tantas irão rolar.
E a porta que bateu? outras tantas irão se abrir
E a dor que eu senti? outras tantas vão sarar
E essa morte nem morte foi
E se foi não matou.
Essa queda nem queda foi.
E se foi não machucou.
E essa porta que fechou? uma hora há de se abrir
E esse rosto que chorou? uma hora há de sorrir
E a lágrima que rolou? outras tantas irão rolar.
E a porta que bateu? outras tantas irão se abrir
E a dor que eu senti? outras tantas vão sarar
A vitória há de vir
Se em sua volta procurar
Medalhas e coroas há de achar
Se em seu sonho insistir!