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SE...
 
 
Se a chuva que cai pudesse
adivinhar meus pensamentos
e, num instante, trouxesse
a paz para meus tormentos...
Quem sabe, minh’alma impura
que desta dor não se cura,
extirpasse os sofrimentos!
 
Se a força da tempestade
que alaga todas as ruas
e varre toda a cidade,
deixando-a quase nua...
Quem sabe a dor abrandasse
e a solidão levasse
p’ra se casar com a lua!
 
Ah! Se os pingos dessa chuva
acalmassem esta sanha
da paixão que enviúva
dentro de minhas entranhas...
Quem sabe me libertasse
Da incerteza do impasse
que há muito me acompanha!
 

(Milla Pereira)