As Quatro Estações
Nasce o sol, que deveria banhar a minha janela
Seus raios trouxeram a certeza de que a vida mistura dádivas e desapegos
Promessas eternas que viraram efêmeras
Voaram com a migração ante o outono do sentimento
Veio a glória das flores, a expectativa das sementes
À oposta ofereci a rosa mais bela. Coração.
E ao ouro, a força de um guerreiro cruzador
Com a vitalidade da brisa, que sopra eternamente
Os dias desenrolaram sua linha de vida
E as folhas caíram, levando consigo as juras e trazendo a chuva
(trovões no horizonte por vezes assustam meu domínio)
Da estação da dor e do cinza, veio a necessidade de outro veraneio
De dias mais leais, de palavras sinceras e de força jamais vista.
Os passos reencontraram areias guardadas na ampulheta
(Tempo marcado que não volta atrás)
Mas que voltaram a compor minha terra de luz e estrelas
Soaram os tambores da vida, que chamava pelo seu protagonista
O castelo de cartas agora precisava de cimento.
Da tristeza que ficou, da persistência de amar
De querer ser, viver e evoluir
Eis-me diante de minha espada e de meu escudo
Da melodia dissonante, do dever seguir
Sucumbir diante do novo?
Ele assusta, mas guarda a expectativa
Se as ondas daquele inverno de julho querem me levar
Que se apresentem então as flores da primavera e o sol do verão
A história transmitirá sua vitória
Trará a cumplicidade da companhia verdadeira
Até lá, respirar e comover
Porque o calor é forte e o suor é sagrado
E apenas tudo começa mais uma vez.