As Quatro Estações

Nasce o sol, que deveria banhar a minha janela

Seus raios trouxeram a certeza de que a vida mistura dádivas e desapegos

Promessas eternas que viraram efêmeras

Voaram com a migração ante o outono do sentimento

Veio a glória das flores, a expectativa das sementes

À oposta ofereci a rosa mais bela. Coração.

E ao ouro, a força de um guerreiro cruzador

Com a vitalidade da brisa, que sopra eternamente

Os dias desenrolaram sua linha de vida

E as folhas caíram, levando consigo as juras e trazendo a chuva

(trovões no horizonte por vezes assustam meu domínio)

Da estação da dor e do cinza, veio a necessidade de outro veraneio

De dias mais leais, de palavras sinceras e de força jamais vista.

Os passos reencontraram areias guardadas na ampulheta

(Tempo marcado que não volta atrás)

Mas que voltaram a compor minha terra de luz e estrelas

Soaram os tambores da vida, que chamava pelo seu protagonista

O castelo de cartas agora precisava de cimento.

Da tristeza que ficou, da persistência de amar

De querer ser, viver e evoluir

Eis-me diante de minha espada e de meu escudo

Da melodia dissonante, do dever seguir

Sucumbir diante do novo?

Ele assusta, mas guarda a expectativa

Se as ondas daquele inverno de julho querem me levar

Que se apresentem então as flores da primavera e o sol do verão

A história transmitirá sua vitória

Trará a cumplicidade da companhia verdadeira

Até lá, respirar e comover

Porque o calor é forte e o suor é sagrado

E apenas tudo começa mais uma vez.

Agnelo Câmara
Enviado por Agnelo Câmara em 31/12/2011
Reeditado em 16/10/2013
Código do texto: T3416242
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.