homem do Batel (Um quadro do futuro)
Ao meu amigo de Letras com todo carinho.
Anderson Damasceno Brito.
Homem do Batel (Um quadro do futuro)
A poesia não se vende, nem se compra,
A bela arte não rende, tecnologia de ponta.
Vimos do caos ao creme, na mão do homem o leme.
Ele quer fazer a volta, num mundo agora sem rota.
À sombra da poesia, é a nova dinastia,
De todo trabalho industrial, resultou-nos o doce caos.
A queda d’um anjo, um p-Ícaro do céu,
Não é mais em limpas águas, mas num rio-bordel.
Magna natureza, perdeu sua grandeza,
Perdeu inocente, por amar toda gente.
Por dar sua vida, sua fonte corrente,
Tínhamos árvores floridas, chão producente.
Agora de tudo se morre, por tudo se roga,
Os céus escurecem, secos, sem chuvas,
O sol enlouquece, o calor nos perturba.
As florestas fenecem do verde ao rubro.
O mundo é outro! Agora é o creme!
O Homem do leme caçou o futuro que teme.
Minha sepultura é este batel, ainda
Carrego no peito o clamor do tropel.
Clamor de toda gente, tranquila e formosa,
Que acreditava na vida, extinto mundo verde e rosa.
Quem fica calado, hoje é culpado,
Um dia esse fado, agoura e vem...
Ambientalistas, ONGs, artistas, na
Maioria turistas da nova onda salvacionista.
Homens de verdade, que fazem, que agem,
Cortem do mundo o sono profundo.
Defendam a beleza, a saudável grandeza
Do meio ambiente. Tão perto, tão nosso, tão gente.
III CONCURSO DE POESIA PROFESSOR(A) POETA(ISA)