Sem pressa na vida


Vou andando
pelos prados sem rumo
não importa se sumo
nas veredas vagando
Paro em cada esquina
e sigo minha sina

Já tive pressa de chegar
já andei afobada
até me senti privada
da liberdade de parar
Cheguei a chorar cansada
por não vencer a estrada

Vi o engarrafamento
a bolsa de valores subir
entre quatro paredes perdi
da vida o deslumbramento
Não vi meu filho crescer
apenas o vi nascer

Não abri teu presente
não fui contigo dançar
nem deu tempo de te abraçar
deixei teu pedido pendente
Meu olho estava na pista
para não perder a corrida
 
Na ânsia do entorno

quantas pedras pisei
mãos e pés machuquei
sem pensar no retorno
Corri em disparada
como aves em revoada

Minh´alma reclamou
reivindicando sossego
desejando aconchego
dei-lhe colo com amor
Com passos bem devagar
resolvi caminhar 

O sol vejo nascer
as flores desabrochar
o orvalho, a relva molhar
o gramado crescer  
a rosa nascer no parque
a natureza em milagre

Em passos lentos contemplo
o encontro do sol com a lua
o brilho das estrelas na rua
dando ao mundo um exemplo
Basta uma luz refulgir
para a vida reluzir

Este é o troféu que ganhei
na faixa de chegada
numa etapa da caminhada
Na estrada continuarei
levada por um vento brando
sem pressa seguirei andando




 
Maria Celene Almeida
Enviado por Maria Celene Almeida em 26/12/2011
Reeditado em 23/03/2012
Código do texto: T3406884
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