Esperança, esperança, esperança...
Em teus seios, oh solidão, quantas vezes mergulhei?
Em teus seios, oh, tristeza quantas vezes eu me derramei em lágrimas?
Pois, que eu mergulhei fundo nas trevas da dor.
Sim, eu me deixei cair nas suas teias, solidão.
Eu me perdi.
Sim, eu cai.
E eu vi meu mundo ruir como uma ponte sendo despedaçada por uma ventania.
E eu vivi dias, meses e anos em eterna agonia.
Mas, de repente eu acordei.
Sim, eu acordei para a vida.
Eu despertei para meus sonhos destruidos pelo mundo.
Pois, o mundo muito de mim roubou.
E o mundo quase tudo me tirou.
Mais eis que quando estamos vivos, tudo que é destruído, ainda pode ser construído ou reconstruído.
Vejo o sol lá fora.
Vejo a luz sorrindo para mim.
E o calor aquece meu coração.
Não vou chorar mais, meu irmão.
E dessa cama eu ei de me levantar.
E por essas ruas ei de caminhar.
Sim, vou caminhar sem receio, sem medo e sem culpa.
Vou caminhar livre em meu caminhar.
Vou caminhar sem ter que prestar contas de meus passos.
Sim, eu quero cruzar o horizonte.
E eu quero caminhar por entre flores, sentindo o doce perfume da esperança.
Porque agora eu quero voltar a ser criança, nem que seja por um instante.
Porque eu sou um sujeito dessa vida viajante.
E ainda que não encontre um caminho.
Ainda que tudo vire senão.
Eu ei de prosseguir lutando por felicidade.
E um dia eu ei desse sofrimento me libertar.
Nossa, como o sol está bonito!
Depois de tanta chuva...
Depois de tanto frio...
Depois de tantas lágrimas...
O sol grita: tenha esperança, irmão!
E assim, eu vou buscando forças para continuar firme em minha caminhada.
Pois, que ainda que sangrando... minha alma despedaçada, ainda acredita que a vida vai melhorar.
E por isso, só por hoje eu não vou mais chorar.
Sim, e só por hoje eu não vou mais sofrer.
Deixa o mundo mau se fuder.
Que eu só quero ver a esperança em meu coração renascer.
Sim, eu só quero ver a esperança em meu coração renascer.