Sol que me abraça
Agora é tarde, eu já falei minhas verdades
já cortei meus pulsos
já pulsa o coração noutra estação
É verão em mim
depois de tenebroso inverno
sinto o inferno do desejo
outra vez me queimando
As flores ainda cantam
mas as quero silenciosas
em meus cabelos negros
e seus perfumes em meus pêlos.
Nossas folhas secas recolhidas
são palavras mortas, inibidas.
Reescrevo por outras mil mãos
que me surgem...
Abraço o mundo, ele me abraça
Na lembrança você sucumbe
E meus pássaros cantam
outra vez em revoada.
Cristhina Rangel.