Acreditar
No que se poderia acreditar
No bendito ou no maldito modo de olhar
Olho e não o vejo
Vejo e não acredito
Desacredito no jeito de se acreditar.
Não se vê o que não quer
Mesmo não querendo ver
O belo, o feio
A angústia a bondade
A vida e a morte
E a tristeza melancólica.
Acredito no jeito negativo dos seres
Nas manobras e viés dos sonhos
No passar a limpo dos meus versos
No que estar por vir
O que passou acreditei
Acreditei no que não vi.
Vive-se de acreditar
Acredita-se no que não se vê
De que valerá o amanhã
Se não acreditar em você.
Miralva Viana