A FORÇA DA VIDA
Olhando embevecido o entardecer
E o véu da noite que tudo esconde
Percebemos que, também pela vida,
Há um outro lado, não se sabe onde.
Há momentos em que se acredita ser
Toda a nossa vida um eterno escuro
Quando se procura e não há saída
Para atravessar o lado do muro.
O muro que nos cerca e só pelo medo
Fazendo-nos prisioneiros do seu lado escuro
E como sentença: esquecer a vida
Que corre serena por fora do muro.
E a vida escorre cheia de lamentos
Porque lamentar é a força do medo
Que destrói, aniquila e mata
Como força maldita em atroz segredo.
Mas chega um dia e o mundo desaba
Apesar do medo que nos deixa mudos
Partindo correntes, reabrindo portas
Porque a força da vida sempre vence tudo.
E como náufrago que encontra a praia
Se os remoços de um velho baú.
Há de se olha sereno o horizonte, a noite
Porque no amanhã haverá sempre, luz.