Liberdade Fantasmagórica "R"
um dia serei livre
livre dos pensamentos turvos e venenosos
que quando em vez as lamurias surgem fritam
torram os pedaços da minha nobreza
um dia serei livre
livre dos pesadelos assassinos e incoerentes
pensamentos avarentos fora do contexto
tornam a minha alma alienada entre tormentas do acaso
serei livre das palavras que acorrentam a minha oratória
um dia serei livre
livre do fantasma nostálgico que penetra
sem permissão no meu âmago tristonho
serei livre dos problemas cacofónicas
dos dias espalhafatosos no vazio da ignorância
serei livre das bofetadas que a vida me vem a tragar
livre das insónias trazidas pelo contexto descabido problemático
um dia serei livre
livre das promessas movediças que meu cérebro outorga
serei livre e nos andaimes da razão encontrarei um porto
um porto calçado com a tecnologia do inacessível
entre oceano das suplicas encontrarei o meu barco
um dia serei livre, livre
se penso e sonho
sou a realidade da minha intuição futurista
ao brincar com os sonhos elas se movimentam como um imã
e alcançam os pedaços colhidos no silêncio do conhecimento
um dia serei livre
livre dos fardos críticos que no tempo incerto
mordem as horas do meu progresso
serei livre dos tempos num tempo sem tempo
serei livre das imposições que o contexto opõe na alma
um dia serei livre
livre das palavras desenhadas na mentira e na ignorância
livre dos dias vermelhíssimos e dos beijos roubados ao cair da noite
livre das horas dispersas no orifício dos ventos sem proveito
livre das paixões platónicas persuadidas pelo contexto
um dia serei livre da própria liberdade
livre das regras burocráticas da humanidade
que quando chegam atrofiam o raciocínio da alma
serei livre dos pedaços idos no silêncio
serei livre da própria liberdade
livre um dia serei quando não sei
mas um dia serei livre
livre, livre, livre, livre