A CERA DA VELA

A cera da vela queimando

Todo mundo pagando penitência

Com o olhar triste e me olhando

Pobre de amor e rico de carência.

Outros pedindo ajuda

Acompanhados por alguém

Muitos estão só para pedir o perdão

E eu aqui simbolizado, simplesmente crucificado

Atendendo toda essa multidão.

Vem aquele com dificuldade

Que se quer mora na cidade

Mas trazendo no peito muita fé.

Entendo os dias de hoje, pois sei

Que eles não sabem o modo de como ela é.

Lá do outro lado está um amigo

Que se quer sabe que está comigo

Amparado pela minha mão.

Mas tudo isso eu compreendo,

Pois poucos estão entendendo

O dizer da oração.

Vejo aquele que está sózinho

Bem distante e ajoelhado.

Sei que comigo está falando,

Pois ouço com facilidade por estar a seu lado.

Compreendo e aceito seus comportamentos

De todos reunidos.

Sempre há uma ovelha que escapa, mas tudo

Isso faz sentido.

E assim a cera da vela vai queimando.

Aos poucos a luz do dia vai se apagando.

Mas existe a esperança de um novo amanhecer.

Estarei diante de novos olhos me olhando.

E os meus braços abertos para todos acolher.