Esperança

Acalanto a força, a forma e o tato.

Proclamo, desesperado, as contradições da vida

Mesmo sendo pura a verdade em todo o seu ato.

Formulo as coisas mais finitas,

Embora tantas dúvidas nestas pobres linhas,

Que escrevo para apagar o que a memória não suporta,

Pois o pior sofrimento é aquele não revelado.

Transcrevo o que o silêncio me consome

E ponho em prática o que a experiência não ensina.

Formo cada visão em seu âmbito congestionado,

Pois não há mais nada petrificado

Do que a alma e o corpo sem consciência sentida.

Ricardo Miranda Filho
Enviado por Ricardo Miranda Filho em 27/10/2011
Reeditado em 30/10/2011
Código do texto: T3300429
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