Esperança
Acalanto a força, a forma e o tato.
Proclamo, desesperado, as contradições da vida
Mesmo sendo pura a verdade em todo o seu ato.
Formulo as coisas mais finitas,
Embora tantas dúvidas nestas pobres linhas,
Que escrevo para apagar o que a memória não suporta,
Pois o pior sofrimento é aquele não revelado.
Transcrevo o que o silêncio me consome
E ponho em prática o que a experiência não ensina.
Formo cada visão em seu âmbito congestionado,
Pois não há mais nada petrificado
Do que a alma e o corpo sem consciência sentida.