Primeiro vôo

Saí

Sem saber que, estando só,

Não sabia nada lá de fora

Que as ruas eram conjecturas

Que o oposto do abrigo que enclausura

Era um rarefeito e disperso ar

Em que as minhas asas precisam bater

Menos frenéticas e mais adequadas

Às correntes e ao meu peso

Num equilíbrio obtido durante a queda

O barranco se distancia

Olhá-lo distrai

O fundo se aproxima

O medo descontrola

O terror paralisa

A inércia mata

É a única que o faz

A retomada do bater das asas dá autoconfiança

Para que?

...Ainda vou ver...