Velho JOvem!
Olhar um instante para a vida
Sem a conhecer...
Ver um corpo cansado
Olhos sem brilhos...Mãos paradas no ar numa breve despedida...
Passos errantes
Numa longa estrada de caminhos diversos...
Sem muita opção.
Tanto tempo...sem tempo para nada aprender...
Tantas perguntas sem respostas...
Gritos sufocados em sons, que não chegam a serem ouvidos...
Silêncio...solidão imensa
Peito oprimido...coração disparado
Num corpo cansado...
Velho corpo jovem...
Tantos sonhos, como pequeninos grãos de areia num mundo que não é seu...
Olhos cansados sem lágrimas para chorar...
Pelas dores que ninguém jamais sentiu...
Vida parada como uma vitrine colorida...
Passos trôpegos em noites chuvosas e solitárias...
Pequeno ser ambulante, perdido nomeio da solidão...entre multidões inertes a sua realidade
Muitas perguntas perdidas no ar...
Tantas coisas para dar, sem ninguém para receber...
Velho corpo jovem...
No começo do princípio, quase no meio do fim, do que não chegou ao menos começar...
Velho corpo jovem...
Parado no meio do tempo
Sem tempo e nada ser.
Obscuros caminhos da vida
Promiscuidade do nada ser...
Sendo tudo sem nada querer
Prisioneiro do seu próprio mundo
Cheio de imagens...jovem velho... jovem liberto
Querendo imitar a gaivota num vôo incerto...
É um jovem quase velho
Jovem velho...sou. Querendo não ser...não sendo...e sendo tudo sem nada ser...