Velho JOvem!

Olhar um instante para a vida

Sem a conhecer...

Ver um corpo cansado

Olhos sem brilhos...Mãos paradas no ar numa breve despedida...

Passos errantes

Numa longa estrada de caminhos diversos...

Sem muita opção.

Tanto tempo...sem tempo para nada aprender...

Tantas perguntas sem respostas...

Gritos sufocados em sons, que não chegam a serem ouvidos...

Silêncio...solidão imensa

Peito oprimido...coração disparado

Num corpo cansado...

Velho corpo jovem...

Tantos sonhos, como pequeninos grãos de areia num mundo que não é seu...

Olhos cansados sem lágrimas para chorar...

Pelas dores que ninguém jamais sentiu...

Vida parada como uma vitrine colorida...

Passos trôpegos em noites chuvosas e solitárias...

Pequeno ser ambulante, perdido nomeio da solidão...entre multidões inertes a sua realidade

Muitas perguntas perdidas no ar...

Tantas coisas para dar, sem ninguém para receber...

Velho corpo jovem...

No começo do princípio, quase no meio do fim, do que não chegou ao menos começar...

Velho corpo jovem...

Parado no meio do tempo

Sem tempo e nada ser.

Obscuros caminhos da vida

Promiscuidade do nada ser...

Sendo tudo sem nada querer

Prisioneiro do seu próprio mundo

Cheio de imagens...jovem velho... jovem liberto

Querendo imitar a gaivota num vôo incerto...

É um jovem quase velho

Jovem velho...sou. Querendo não ser...não sendo...e sendo tudo sem nada ser...

George DAlmeida
Enviado por George DAlmeida em 29/09/2011
Reeditado em 30/09/2011
Código do texto: T3247306
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