Despir-me

Despir-me

Delasnieve Daspet

.

Depois de cada verso

Sinto-me nua.

Tiro a roupa. Toda.

Despeta-lo-me. Fico ôca.

.

E no corpo suado,

Recompondo-se,

A tristeza da liberdade.

A dualidade do ser.

.

Não importa tirar a roupa.

Não mesmo!

O que quero é ser como a lua

Iluminar - não importa o que!

.

E no silêncio que me invade

Após cada verso,

Sobra em mim

O fogo que queima,

A água, a cascata.

Prazer e dor.

.

O rubro calor do sol no

Gelo do deserto.

No claro e escuro

Da noite e do dia.

Das horas em segundos

Que dá perfume a flor.

.

Dualidade que se perpetua

No instante do amor

Ficando apenas a eternidade

Do silêncio!

DD_ Campo Grande MS - 11,30 hs de 25-08-2001