PRINCESA QUE CHORA
Teus olhos princesa
Antes cheios de brilho
Hoje, guardam lágrimas de tristeza
Pois os teus mananciais quase mortos gritam...
As crianças de outrora
que banhavam-se em tuas lagoas
olham tristes a secura do teu olhar de mãe
Oh! Terra moça!
Quantos viajantes amparaste?
Bebiam do teu leite e seguiam viagem!
Deitavam na sombra do teu jardim e seguiam
Hoje, amada Princesa
Os teus filhos não ouvem o teu choro triste
Encobertos pela chaga do progresso
Lagoas, antes felizes, hoje morrem no teu colo
Árvores maquiadas, secam no leito da vida, cercadas por ambição desmedida
Ah! Saudosa poetisa de branco luar!
Os versos que te afagam agora, contam a triste história
Dos teus filhos que ainda seguem, sem nos olhos te olhar!
Júlia Rocha
Uma reflexão sobre a minha cidade, que cresce sem ocupar-se com a vida que a abriga