Timidez aparente, nitidez ausente

Sofro porque a ansiedade me toca

Suscetível, a angústia me provoca

Sensível, meu corpo te invoca

Inaudível, a palavra se destroca

Ponteiro do relógio girado

Derradeiro óbvio antecipado

Atrasado, desvia o planejado

Adiado, inebria o aguardado

Premedito perfeita lembrança

Manejo como tesouro de criança

Pois previsão não tem esperança

Da velocidade que a mudança avança

Me aflijo porque meu coração não é transparente

E porque não se pode ver a cor do que se SENTE

Um esconderijo onde o sentimento não é medido

E meu melhor está ENCOBERTO E ESCONDIDO

Padeço, porque meus sorrisos e carinhos

Não sabem se cruzam seus caminhos

Avesso, porque o que tenho a oferecer

É EXTENSO demais para somente se ver

Lamento por não abraçar sua dor

E transformá-la em amor

Um tormento não estar presente

Quando se sentes ausente

Idealizo, deslizo, amenizo, sintonizo

Nego, alter ego, não me entrego

Porque dentre todos foi o escolhido

E carrego aglomerado do indefinido

Te procuro no escuro e não estás

Quando juro que deixarei para trás

Trilha em minha direção trivialidade

Mira como furacão a casualidade

Tua presença cativa

Tua voz invasiva

Teu toque de calor

Um choque de licor

Embriagando, arrastando

Embaralhando a visão

Quebrando, balançando

Bagunçando o coração

Ivana Falcão
Enviado por Ivana Falcão em 01/09/2011
Reeditado em 01/09/2011
Código do texto: T3193904