Timidez aparente, nitidez ausente
Sofro porque a ansiedade me toca
Suscetível, a angústia me provoca
Sensível, meu corpo te invoca
Inaudível, a palavra se destroca
Ponteiro do relógio girado
Derradeiro óbvio antecipado
Atrasado, desvia o planejado
Adiado, inebria o aguardado
Premedito perfeita lembrança
Manejo como tesouro de criança
Pois previsão não tem esperança
Da velocidade que a mudança avança
Me aflijo porque meu coração não é transparente
E porque não se pode ver a cor do que se SENTE
Um esconderijo onde o sentimento não é medido
E meu melhor está ENCOBERTO E ESCONDIDO
Padeço, porque meus sorrisos e carinhos
Não sabem se cruzam seus caminhos
Avesso, porque o que tenho a oferecer
É EXTENSO demais para somente se ver
Lamento por não abraçar sua dor
E transformá-la em amor
Um tormento não estar presente
Quando se sentes ausente
Idealizo, deslizo, amenizo, sintonizo
Nego, alter ego, não me entrego
Porque dentre todos foi o escolhido
E carrego aglomerado do indefinido
Te procuro no escuro e não estás
Quando juro que deixarei para trás
Trilha em minha direção trivialidade
Mira como furacão a casualidade
Tua presença cativa
Tua voz invasiva
Teu toque de calor
Um choque de licor
Embriagando, arrastando
Embaralhando a visão
Quebrando, balançando
Bagunçando o coração