Motivo
 
Por tudo aquilo que eu fui, que eu sou, e serei
Na distância em que o infinito me guarda...
E por tudo aquilo que eu ainda nem sei
E do que serei nessa vida que me diz amada
Mesmo assim, às vezes solidão, outras amor,
Mesmo assim, agora sem nada, sem fulgor,
Sem que os dias amanheçam sorrindo,
Sem que à tarde seja de calor, seja sem ar,
Sem que à noite não me tenha o luar,
Mesmo que as cantigas me cantam ferindo,
E os pássaros não voam, as flores não cheiram
E o mar seja cinza, e o sol não aquece...
Eu sei, que tudo é dos céus que me queiram
Sorrindo a prova do que em mim apetece
Sem que num adeus eu venha a abandonar
Aquilo que me foi dado, que me é, que me será
Um viver sem dor, de paixão e de glória...
Por tudo isso, hoje, me deixa a memória
Que sonhos não morrem e esperança é amar.
 
(Poeta Dolandmay)

Dolandmay Walter
Enviado por Dolandmay Walter em 31/08/2011
Código do texto: T3193163
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