Profissão: Poeta nas horas vagas

As horas batiam nas pedras das calçadas

Eram ignoradas e os seus bolsos rasgados

Calças alinhadas, bem vincadas, reluzentes

Tem que ser para a sua profissão de poeta

Mandaram registrar a carteira profissional

Não, existe categoria assim, não tem como

Ele, o poeta, passa horas no café, observando

A vida, gentes, situações e todas as caras feias

Em casa do poeta, não existe a cesta básica, não

Ali, todos ralham e ninguém tem razão, choram

A mulher lava roupa e arruma as outras casas

Para que ninguém passe fome, cansada, mas feliz

Ele, o poeta, sai com o seu fato bem escovado

Ela faz questão, ela tem vaidade do seu marido

Na noite os dois são unos e unidos no seu amor

Ele a deixa dormir, observando-a com tanto amor

Sente-se impotente por não ter uma profissão

Registrada em carteira e que vai ser dela um dia?

Resignado, ele se inspira na esperança de um dia

Ser famoso, editar seus livros, alguém os irá ler

Que seus versos apaixonados, sejam proclamados

Na boca dos maiores apaixonados, no auge da paixão

Quem sabe se apenas, será proclamado um vencedor

Antes, de ser colocada aquela lápide fria e mortal

Do fim da sua linha, onde o trem segue viajem

Bem para lá da outra paragem, não, por favor!

Não coloquem nos meus poemas!

Autor Desconhecido...

Betimartins
Enviado por Betimartins em 30/08/2011
Código do texto: T3191365
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.