Serenamente
o céu se encobre
tudo escondendo, neste
compasso
a negra terra, na fria crosta
fecha os encantos
no seu regaço
desnudos ramos
calado espaço
tudo adormece
a mata hiberna
o rio dorme
no lençol de bruma
cegas as luzes, barcos parados
o sol amado está tão longe
florindo ramos em outras terras...
cá as sementes aguardam ternas
que prestes
brilhe o sol no horizonte
irrompam do solo as ervas!
farte-se o ventre, farto de esperas!