NA VITRINE DA SORTE
NA VITRINE DA SORTE
Sou um produto exposto na vitrine da sorte
Onde o mercador não oferece o que vende
Se demorar haver quem interesse não me importe
Ficar aqui por mais um tempo não me ofende
Sou otimista e cada dia me sinto mais forte
Multidão me visita, mas a minoria entende
Que antes do fim, e bem longe da morte
Sairei sorrindo dessa armação que me prende
Me olhem sem medo, me examinem sem covardia
Elogiem, critiquem, ou saem de boca calada
Um dia encontrarás essa vitrine vazia
Sem ter para ver essa pessoa desprezada
Sou peça única nessa rara boutique
Um produto com invençcão patenteada
Basta haver quem goste e que fique
E pague o preço sem dizer que tá cara
Se minha aparência não te encanta, te assusta
E tu me pré-julgas pensando bobagens
Saiba que pouco abaixo dessa face tão rústica
Existe um coração que ama sem camuflagem
(Eliozan Miranda, 22/08/2011)