Flores no deserto

Esse fado sorrindo amarelo,

Vá que uma hora ele acerte,

um som que dorme no cello

Até que a canção desperte.

Por ora todos são surdos,

Pelo menos, nada se ouve,

Vastos campos vazios, absurdo,

Sem produzir um pé de couve.

Em curso a reforma agrária,

Cada alento terá seu quinhão,

Vida espocando em toda área,

Gerando gozo, paz, afeição.

O aedo promovido a profeta,

Esperança mandou que dissesse,

Então disse, do jeito poeta,

Poesia é seu múnus, sua prece.

Ventura, qual Ulisses retorna,

A eleita, Penélope, espera,

A taça amarga o tempo entorna,

beija flor se espalha, primavera.

Leonel Santos
Enviado por Leonel Santos em 15/08/2011
Código do texto: T3160891
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