Não te Rendas Jamais!
                                         (Eduardo A. Costa)


          Procura acrescentar um côvado à tua altura.
          Que o mundo está à míngua de valores
          e um homem de estatura justifica
          a existência de um milhão de pigmeus
          a navegar na rota previsível
          entre a impostura e a mesquinhez dos filisteus.

          Ergue-te desse oceano
          que dócil se derrama sobre a areia
          e busca as profundezas, o tumulto do sangue
          a irromper na veia contra os diques do cinismo
          e os rochedos de torpezas
          que as nações antepõem a seus rebeldes.

          Não te rendas jamais, nunca te entregues,
          foge das redes, expande teu destino.
          E caso fiques tão só que nem mesmo um cão
          venha te lamber a mão,
          atira-te contra as escarpas de tua angústia
          e explode em grito, em raiva, em pranto.

          Porque desse teu gesto
          há de nascer o Espanto.

Eduardo Alves da Costa
Enviado por Jô do Recanto das Letras em 14/08/2011
Reeditado em 12/09/2011
Código do texto: T3160284
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