O SENTINELA.

Eu sou a marcha descompassada da vida

Um andante sem rumo e sem roteiro.

Ando constantemente até ter

Em minhas mãos os sonhos que fiz

Nas tardes quentes de verão

Na areia da minha infância.

Sigo com os olhos desfocados

Observo a paisagem e o horizonte

E neles espero a fonte

Dos meus sonhos inacabados.

Na pele estão os meus calos

E no peito minha meta.

Sigo com persistência a reta

Que os homens chamam de vida

E eu nomino como existência.

Pois que a vida finda na carne,

Mas a existência persiste na imensidão.

Espero sentado em minha cadeira

O dia ou noite em que verei

Os olhos que me tirarão o equilíbrio

E o ar que bate em meus pulmões.

Porquanto sigo só o meu caminho

E a minha escolha...

Mas um dia (que eu não sei)

Encontrarei o anjo que me guarda,

A musa que espera

Sentada na areia com os pés na água

Com suas mãos aplanadas ao seu corpo

E o seu riso de encanto com a vida.

Seus lábios cantantes, amantes, errantes,

Mas reais, serão vida e morte

E seu seio manancial de vida e gozo.

Pegá-la-ei pelas mãos

Colocá-la-ei em meus braços

E no meu cavalo cavalgaremos o caminho,

A vida e a existência

Do romance de nossas almas.

Mas, querido verso,

Enquanto eu não a encontro

Permaneço esperançoso

Sentado em minha varanda

Vendo brincar a esperança

Dentro do meu peito pequenino.

Porque sou um sentinela

Que sonzinho anela

O romance adormecido.

Ygor Pierry
Enviado por Ygor Pierry em 10/08/2011
Código do texto: T3151387
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