Canto de Alforria

Eu canto a tristeza de noites sombrias,

nos dias funestos sem glória ou amor

os quais passam sempre arrastados, tristonhos,

sem vida, sem lume ou aurora e sem cor.

Eu canto a tristeza de forma brilhante

e todos veneram a minha pungência

falada com arte, nos versos que canto,

co’a dor e co’o pranto da minha demência.

Eu canto a tristeza com gosto doente:

Se a lágrima cai não me importo jamais!

Que tudo que vale é o intenso momento:

Os bons, os ruins, ilusórios, reais...

Eu canto a tristeza com todo o vigor

em minhas poesias de versos senis.

Não falem, não julguem, meus caros leitores,

que ao fim da canção fico sempre feliz.

Cairo Pereira
Enviado por Cairo Pereira em 09/08/2011
Reeditado em 19/05/2022
Código do texto: T3150433
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