ESPERANÇA!

A esperança é semelhante

Às miragens do deserto

Sempre de nós tão distante

Quando a julgamos tão perto.

I

Se tenho um sonho comigo

Para realizar um dia

Eu transbordo de alegria

Já vou dizendo: Eu consigo!

Mas por maldade ou castigo

Surgem as contradições

Logo se anda aos trambolhões

Tudo muda num instante

Até pra se viver de ilusões

A esperança é semelhante.

II

Com ela tudo é possível

Ganho carros, faço viagens

Muito dinheiro nas bagagens

E fico um ser invencível.

O Universo é mais credível

Mas só num sono profundo

Pois quando acordo, me afundo

E permaneço a descoberto

Comparo a terra e o mundo

Às miragens do deserto.

III

Quero chegar mais além

Fazer muitas coisas belas

Partir em naus, caravelas

Pra onde não foi ninguém.

Com esperança quero também

Ver os meninos brincar

E em paz poder reinar

Seria tão importante

Mas isso parece estar

Sempre de nós tão distante.

IV

Pode-se construir uma ilha

Ter-se um barco, uma piscina

Ter-se fama genuína

Sem aderir à matilha.

Porque a nossa mente brilha

Ao pensar na animação

De que o nosso coração

Ficará bem mais liberto

Mas o sonho é em vão

Quando a julgamos tão perto.

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 09/08/2011
Código do texto: T3149113
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