As drogas e o mundo

Houve um tempo que conheci

Não foi tão longe poucas décadas

Eu era menino, inocente e feliz

Achava o brilho que mereci

Em alamedas e praças cercadas

Rindo sempre até pelo nariz

Via ao longe suspeitos, eram feios

Encorujados, sujos e desarrumados

Minha mãe advertiu: São os maus

Eles riam desdentados aos veios

Miserandos de olhares desclassificados

Tive medo, corri deste perdido caos

Cresce e percebi que amigos meus

ao vício se entregavam, fui o careta

O desenturmado, nerd e isolado

Lembrei de minha mãe, dias de réus

Perdi ali um irmão nessa cadavérica roleta

E então vi que eu estava todo cercado

Universidade e todo tipo de vício veio

Eu por sorte ou inapetência resisti

Ao demônio tentador que me chamou

Tive vontade, não nego, mas o receio

um me disse que nunca ali fosse, parti

Busquei a voz que o mundo calou

Nada fiz, apenas me cuidei, fui contido

Achei espaços e vi um cancer que crescia

Sem limites, sem juízes, sem razões e raízes

Não em mim, mas neste mundo esquecido

Mais um amigo eu perdi, uma alma amada partia

Sem deixar ainda legado nem algumas diretrizes

Vejo este cancer crescendo e jovens morrendo

A sociedade que não os enxerga doentes

Levanto a voz e os braços, ajudo e vou crescendo

Esperando dias felizes sem ranges de dentes

Não são fracos sem alma, sem noção de retidão

Buscam um futuro sem drogas, mortes e solidão.

Lord Brainron

dedicado a todos aqueles que já perderam alguem que amam para as drogas... sempre há esperança... sempre... Lord Brainron

lordbyron
Enviado por lordbyron em 27/07/2011
Reeditado em 27/07/2011
Código do texto: T3122199
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