Maio
Maio,
Rosa desbotada,
Em ti as súplicas desmaiam
De uma mão desamparada.
Maio, amanheces
Tão amaro e amargas,
Em ti mais um clamor se ergue,
Mais uma lágrima te malha.
Maio,
De sabor caustico,
Cheirando a mofo,
Tens som de tango triste
E a tez do desgosto.
Maio,
Sem pétala, sem néctar,
Marcada pela espera,
Tolhida por incertas primaveras.
Maio,
Onde o medo transplanta um desejo
De logo ver
Outra Maio
Em outros maios.