Quarto escuro!

A noite invade meu quarto escuro e vazio,

Com seu silêncio de ruídos imaginários.

Apenas o luminar da vela me faz continuar

A leitura do livro velho e empoeirado de

Dostoievski...

Cubro-me com o manto seu, que ainda

Exala o teu perfume suave...que excita

Minha alma e me faz transpirar em noites frias.

Na espera do dia clarear

Passo em revista um tempo que ora se foi ao longe.

O sol se mostra timidamente por detrás de altos montes.

Alertando-me para a chegada de mais um dia

De um novo dia...

A vela, que a pouco iluminava o meu ler,

Agora se mostra derretida, como larva vulcânica

Se transformando numa linda escultura abstrata à minha frente.

Tento levantar-me de minha velha cama,

Desarrumada...desalinhada, com o peso de um corpo velho e cansado

Um corpo angustiado.

Os olhos pesados, quase não conseguem abertos ficarem

Dado ao fato de uma noite mal dormida.

Os pensamentos conturbados, não reagem ao clarão que atravessa a janela de vidros quebrados.

Mas o dia enfim chegou e com ele a esperança

De que hoje será melhor que os dias anteriores

Mas sem me esquecer que mais uma vela precisa

Ser reposta para quando a noite cair

O velho livro empoeirado possa ser

Novamente folheado e lido

No quarto escuro.

George DAlmeida
Enviado por George DAlmeida em 25/07/2011
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