Na dor, a esperança.
Nascida de mim.
Saída de um lugar obscuro de minha alma.
Perdida no silêncio de um coração sofredor.
Abatida pelo tempo.
Massacrada pela desilusão.
Em um lugar qualquer dentro de mim.
Não se sabe onde.
Não se sabe o quê.
Mas, ainda persiste.
Lá fora floresta escura.
Aqui dentro uma lua ainda brilha.
E eu sou uma gotinha perdida no tempo.
Tudo passa.
Mas, eu não passei.
O tempo passou.
Mas, eu aqui fiquei.
Entre nuvens cizentas.
Um mundo de lágrimas.
Nas pedras sujas meu sangue ficou marcado.
E eu no chão muitas vezes fiquei.
Mas, cada vez que me levantei mais forte eu fiquei.
Entre dor, tristeza e lágrima.
Ainda persiste algo, uma força, uma vontade.
E eu não sei o que é.
Só sei que graças a isso, eu continuo em frente.
Sempre em frente mesmo perdido em labirinto.
A carne dilacerada pela dor.
Marcado em carne viva.
Sim, eu sou puz e sangue.
E eu sou pura dor.
Sou alguém desesperado por amor.
Alguém que aprende com a própria dor a sempre seguir em frente.
Não sei em nome de que eu insisto.
Nem sei porque tanto persisto.
Só sei que vou indo.
Para onde?
Não sei, só sei que persisto sorrindo, mesmo com a alma chorando.
Trago no rosto um sorriso e no coração uma lágrima.
E eu sou toda a dor dessa lágrima, mas sou também toda a esperança que há nesse sorriso.
Na dor, a esperança.
Toda esperança na dor.
Esperança hoje, amanhã e sempre.