Coisas que eu gosto

AS COISAS QUE GOSTO

No mundo se vê de tudo

Povo estranho gente à toa

Na vida há absurdo

Que nem o tempo perdoa

Deixo de lado a maldade

E vou lembrar coisa boa

O mundo é muito grande

Até parece esquisito

Dizem que vai se esticando

Até lá no infinito

Talvez nem exista outro

Tão maior nem tão bonito

Eu apago a tristeza

E acendo o sorriso

O mundo tem a beleza

E é disso que eu preciso

Nós podemos transformar

O mundo num paraíso

Se me der sua atenção

Vou falar da alegria

Das coisas do coração

Paz, amor, poesia

Eu já mandei sepultar

Toda a tristeza fria.

Nós temos o dom da vida,

Então nos resta viver

Às vezes ela é sofrida,

Às vezes nos dá prazer

Não cultivo ingratidão,

Prefiro agradecer.

Coisa boa é ter amigo

E andar sempre direito

Correr légua do perigo,

Escolher o melhor jeito

É viver e conviver

Sem faltar com o respeito

Eu gosto de pescaria

Admiro vaquejada

Sou amante da alegria

Ainda canto toada

Acho bom participar

De uma conversa animada

Tomar um banho de mar

Na praia pelo verão

À noite ir escutar

Um cantadô do sertão

Conjugar o verbo amar

Sempre acima da paixão

O prazer é coisa boa

Porém carece cuidado

O perigo é parecido

Com o que soa pecado

Às vezes não há retorno

E está tudo acabado

Um bom jogo de xadrez

Um copo de cajuína

O mugido de uma rez

Um cavalo na campina

O cheiro de marmeleiro

Um forró de concertina

Se prevenir de doença

Evitar todo o excesso

Procurar ter uma crença

Acreditar no sucesso

Tudo passa, tudo muda

Dentro desse universo

Escutar um mais idoso

Pensar bem antes de agir

Procurar ser caridoso

O perdão admitir

Espalhar boas palavras

Doar mais do que pedir

Eu amo a natureza

Luas, planetas girando

As estrelas que beleza

O clarão do sol chegando

A aranha em sua teia

A abelha trabalhando

Cantiga de grilo e sapo,

Copos de cristal tinindo

A brisa roçando o mato Som de moeda caindo

O chocalhar de chocalho

Cachorro novo latindo

Gosto de festa de igreja de São João e Carnaval

O gôsto de uma cerveja no verão nunca faz mal

Desejo abraço e beijo e o natural do casal

Gosto de uma peixada

Feijoada, vatapá

Costela de boi assada

Tapioca, munguzá

Caldo de cana gelado

Cajuína e guaraná

Salve dias de bonança

Viva noites de luar

Que nunca morra esperança

Da vida melhor ficar

Que a paz e a justiça

Nunca venha nos deixar

Um bom livro faz crescer

O trabalho espanta o mal

Não gosto de me envolver

Com o artificial

Tipo falar mal do outro

Ou dizer coisa banal

O bom humor da piada,

Sem asco e sem maldade

Faz a vida engraçada

Em qualquer localidade

Vejo que quase todos

Desejam felicidade

Os estudos avançados

Descoberta invenção

Seja tudo abençoado

E não seja nada em vão

Que se acabem as tolice

De poder e servidão.

Bonito é criar os filhos

Preparando-os prá vida

É ver nos olhos o brilho

De uma pessoa querida

Receber bem a quem chega

Sem lamentar a partida.

Admiro a beleza

Da dança da sinfonia

Arabescos da capela

Os anjos da sacristia

A verdade e a riqueza

Que mora na poesia

Tudo que no mundo existe

Seja de que jeito for

Feio bonito ou triste

Alegre, cheio de amor

É fruto da criação

Do homem e seu Autor.

Gosto de tirar proveito

As lições de outras pessoas

O avesso e o direito

Coisa ruim, coisa boa

É bom se ir aprendendo

E não se viver à toa.

Gosto de satisfação

De suprir minha carência

Não gosto de contramão

Tenho horror à indecência

Peço a Deus saúde e paz

Boa sorte e paciência

É bom se comer o pão

Com o suor dessa lida

É ter a satisfação

De uma missão cumprida

Que se dane a tal da morte

Eu quero é viver a vida

Cuidar dos nossos irmãos

Ajudar quem tropeçou

Semear uma semente

Para mitigar a dor

Nunca é demais a fé

A esperança e o amor.

Agamenon violeiro
Enviado por Agamenon violeiro em 16/07/2011
Reeditado em 19/10/2015
Código do texto: T3098562
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