Escondido de mim.

Ainda soa nos meus ouvidos aquela triste palavra. Nunca iria imaginar que tão poucas letras pudessem conter tanta dor, esconder tanta saudade.

Vagar por este quarto vazio é como entrar por um túnel sem saída, e ver minha sombra refletida na parede através da luz fraca do abajur, me faz lembrar que outrora aqui um dia já foi o topo do mundo, de um mundo que era só de nós dois.

Agora, sozinho, evito ate de me olhar no espelho, procuro ate nem abrir a janela, primeiro é que não quero ver a tristeza dos meus olhos, e segundo não mais me interessa a felicidade que explode la fora, e por fim por não querer correr o risco de ver a única companhia que é a minha própria sombra, indo embora.

E assim vou ficando aqui, escondido do mundo, escondido de mim, ate quando não sei, porque o adeus ainda grita forte entre estas quatro paredes, mas ainda não impede que a minha esperança vasculhe la fora, pois quem sabe a brisa da noite esteja trazendo o que tanto espero, e num lance de mistério que só o amor consegue explicar, o vento venha a bater na minha porta que ainda um pouco aberta deixei, e na minha angustia da espera possa escutar uma outra pequena palavra, mas esta será o começo da minha alegria pois na certa será a sua pessoa me dizendo: Voltei.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 25/06/2011
Reeditado em 25/06/2011
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