AS DORES DO PARTO (CRIATURA IMPERFEITA)

Criatura imperfeita, levanto após sangue e dor, respiro...

Meus olhos mal podem ver estou aqui e agora...

Eu não sei como eu não sei por que, mas aqui estou...

Olho minhas mãos ainda não sei o que são...

Serão instrumentos de vida ou de morte?...

Quem sou o que sou...

Eu tenho fome, tenho frio, tenho medo e sou pequeno...

Quem são estes que me rodeiam, o que esperam de mim?...

Que lugar é este e por que estou aqui...

Gostaria de saber o que vem depois...

Gostaria de respostas, mas algo me diz que será sempre assim,

Sangue, suor, dúvida, medo, coragem, dor e alívio, dúvida, confusão, contração e expansão...

Até que rompa meus limites e seja realmente a luz que alguém deu...

Talvez eu devesse me acostumar, isso pode acontecer mais vezes do que penso,

Devo continuar respirando, lutando por isso que ganhei sem pedir...

Isso que é privilégio, mas aos olhos desesperados é maldição...

Alguns decidem colocar um fim nela, só que é assim o nascer, o viver...

Dói, dói muito, viver e continuar é difícil às vezes...

Mas devemos continuar, continuar respirando, aspirando, sonhando, lutando...

Nossa batalha começa no ventre e segue até que fechemos os olhos definitivamente, é assim, sempre foi...

Lutamos contra tudo, contra todos, contra o tempo, contra o vento, contra o que não pode ser vencido...

Mas a vida só tem sentido quando se luta, ainda que aparentemente impossível isso dê algum motivo, algum sentido...

Viver é raro, não se deixe morrer...

Zeu Rodrigues
Enviado por Zeu Rodrigues em 24/06/2011
Reeditado em 24/06/2011
Código do texto: T3054327
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