O arco íris

A tempestade, de repente sugou sem compaixão

os pertences espalhados pelo quintal,

e os os animais de estimação

soltos no campo, indefesos do mal.

Mesmo que fechasse as janelas, não adiantaria,

porque de súbito veio o furacão

levanto tudo, derrubando o castelo e a poesia,

sugando a menina e lançando ao chão

Sonhos, saudades, ingenuidade,

confiança, segurança, dignidade,

lembranças, amores, lealdade,

juras e ternuras, felicidade.

Nada mais restou depois que ela passou.

Apenas a miséria, a revolta e a dor.

Pisoteado todo aquele tesouro

construído com tanto amor.

E as lágrimas e os gritos desolaram a alma

dos que viram a angústia que não acalma.

Nunca mais essa casa se reerguerá, pensei.

Mas, felizmente, me enganei.

Eis que aparece no céu o arco-íris

e nas cores e amores que ele trás,

o sorriso que aos poucos ilumina

despertando novamente a menina.

Vem arco-íris, procurar a sua oitava cor,

cuida daquela que você vem resgatar,

ensina-lhe de novo a palavra amor

e devolve-lhe o desejo de sonhar!

Lídia Sirena Vandresen

22.06.11

Lídia Sirena
Enviado por Lídia Sirena em 22/06/2011
Código do texto: T3051462
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