NADA VENCERÁ O AMOR
Ninguém, em tempo algum, será capaz de me desencantar do amor
Pois o clamor de uma verdade interna não se abala com gritos vãos
Os sentimentos são artesãos de obras belas, mas de aparente valor
Todavia, o fruto que vingou não morre na flor e nem pára nos grãos!
Eu sei que o mundo é cenário hediondo de guerras inúteis e glórias frias
Que nele mesmo as alegrias estão mortas no cardápio do que se compra
Que a realidade tornou-se uma afronta, que as almas estão vazias
E que o avanço dos dias distanciam a esperança que nunca desponta!
Não nego a vaidade, a falsidade e os malignos intentos da maioria
Admito que a covardia patrocina agressões e violências infindas
Sei que parecem findas as artes da natureza em sua primária galeria
E que em vez da mútua harmonia, são as perfídias que traçam as sinas!
Mas eu também já avistei uma flor resistente em chão erosado
Também já vi um coração destroçado voltar a sonhar
Eu creio que além de nós está quem possa nos proporcionar um mundo transformado
Onde o homem lembre-se de onde foi originado e que foi projetado para amar!
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Reinaldo Ribeiro - O Poeta do Amor